Médica infectologista, a senadora Zenaide Maia (PSD-RN) defendeu e reforçou a prática solidária e espontânea de doação de sangue no Brasil. A mobilização da parlamentar faz parte das ações realizadas no mês de conscientização sobre a Doação de Sangue, campanha que ocorre em junho.
“Como médica de pronto-socorro, testemunhei inúmeras vezes o poder transformador da doação de sangue. Vi pacientes que, em momentos de extrema fragilidade, encontraram uma nova chance graças à generosidade de doadores anônimos. Por isso, é imprescindível que continuemos a promover e incentivar essa prática entre todos os cidadãos e cidadãs. O Brasil é um país referência na doação espontânea e gratuita de sangue. Cada um desses gestos é elo que fortalece uma corrente da esperança e da compaixão, oferecendo oportunidades de vida para aqueles em necessidade que lutam contra doenças graves, acidentes ou cirurgias”, afirma a parlamentar.
Zenaide tem atuado para barrar a aprovação, no Senado, de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC 10/2022) que permite a venda do plasma, parte do sangue humano. O plasma é um recurso essencial para a fabricação de medicamentos, como imunoglobulinas e albumina, utilizados no tratamento de diversas doenças, desde imunodeficiências até queimaduras graves. Segundo a senadora, permitir essa comercialização indiscriminada poderia levar a uma escassez alarmante de sangue e de seus derivados necessários à vida, tornando-os inacessíveis para grande parte da população, especialmente os mais vulneráveis.
“Ao mesmo tempo em que, como médica, mãe, avó e parlamentar, exalto a importância da doação como um ato de solidariedade, que salva vidas, faço campanha contra a grave ameaça que a PEC da venda do plasma representa para nosso sistema público de saúde. Devemos compreender que, ao permitir a comercialização do plasma sanguíneo, o Brasil abrirá precedentes perigosos, subjugando a saúde pública a interesses econômicos de grupos farmacêuticos privados”, reitera a senadora.
Defesa da saúde pública
Ainda conforme Zenaide, essa pressão legislativa atinge em cheio a cultura brasileira de ir a hemocentros doar sangue, motivo pelo qual ela considera ainda mais fundamental promover e incentivar a doação de sangue como mecanismo para garantir que o acesso à saúde não seja determinado exclusivamente por projetos empresariais lucrativos. Nesse sentido, conforme a parlamentar, o país precisa assegurar que o sangue e seus derivados permaneçam, constitucionalmente, como bens públicos, disponíveis para todos, independentemente de condição social ou econômica.
“Para proteger nosso valor mais sagrado, que é a vida, toda a sociedade precisa agir com sabedoria e empatia. A doação de sangue é um ato vital de altruísmo que transcende barreiras sociais, econômicas e culturais. É uma dádiva que salva vidas, uma expressão máxima de solidariedade humana que deve ser preservada. É por isso que expresso minha preocupação e veemente oposição à PEC que vende sangue humano como se fosse soja, petróleo e minério de ferro. Nenhuma parte do corpo humano pode ser tratada como commodity!”, critica a representante potiguar no Congresso Nacional.
Zenaide também reafirma o alerta para o risco de o Congresso aprovar leis e emendas constitucionais, num futuro próximo, pelas quais o acesso à saúde seja determinado e limitado pela capacidade financeira do indivíduo. “Não posso aceitar que nossos filhos e netos sejam privados dos cuidados médicos essenciais devido a interesses puramente lucrativos”, frisa.
Por fim, a parlamentar convida a população a procurar o hemocentro mais próximo de casa para exercer esse ato de cidadania em benefício de quem precisa: “Sejamos comprometidos com o bem-estar da população, esperançosos e atuantes por um amanhã mais justo e saudável para as gerações vindouras. Doe sangue, salve vidas!”.