A senadora defendeu aumento da faixa de isenção para quem ganha pouco, a
adoção de um modelo progressivo de tributação e a taxação de lucros e dividendos.
A senadora Zenaide Maia (Pros – RN) defendeu que o Congresso discuta uma
Reforma Tributária mais efetiva do que a PEC 110 que, sem acordo, acabou saindo
da pauta da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, na última terça (31).
“Reforma Tributária nesse país não é só unificar impostos; é cobrar impostos de
quem, realmente, deve pagar”, opinou a senadora, em entrevista à TV Senado. Para
a parlamentar, a Reforma precisava ser mais ampla, com a adoção do modelo
progressivo de tributação, que tributa mais quem recebe mais e tributa menos quem
recebe menos. Zenaide criticou o modelo atual, regressivo e com concentração de
tributos no consumo. “O que a gente precisa de Reforma Tributária é tributar quem
ganha bastante. Neste país, se tributa o produto na cadeia final. Eu, com meu
salário de senadora, pago o mesmo imposto numa lata de leite que um trabalhador
que ganha um salário mínimo.”, argumentou.
Zenaide Maia também defendeu a taxação de lucros e dividendos e a ampliação da
faixa de isenção do Imposto de Renda para os trabalhadores que ganham pouco.
“Não existe Reforma Tributária sem tributar lucros e dividendos. O Brasil tem 21 mil
pessoas físicas acionistas de grandes empresas que fazem retiradas de mais de R$
300 mil mensais ou mais e pagam zero de imposto de renda, enquanto o trabalhador
que ganha a partir de R$ 1.906,00 paga imposto de renda!”. A senadora criticou,
ainda, a política de isenções fiscais que beneficiam grandes empresas, enquanto a
carga tributária aumenta para o lado dos trabalhadores.