O ministério da Saúde incorporou a vacina contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS), tornando o Brasil o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. Médica infectologista, a senadora Zenaide Maia (PSD-RN) elogia a nova vacina gratuita contra dengue, mas ressalta necessidade de a população continuar a fazer sua parte eliminando focos de água parada.
“A vacinação gratuita contra a dengue no Brasil é mais uma vitória da ciência em favor da vida! O ministério da Saúde oferece o imunizante já a partir de fevereiro. Política pública de saúde exige comprometimento das autoridades. Como médica infectologista, parabenizo a ministra Nísia Trindade e o governo Lula por essa iniciativa. Sabemos que a dengue é uma doença que pode levar à morte”, afirma Zenaide.
Para a senadora, o ministério da Saúde e os órgãos de vigilância sanitária precisam continuar com as campanhas nacionais de conscientização e de orientação sobre como eliminar água parada em vasos de plantas e outros focos de criação do mosquito Aedes Aegypti, que transmite não só a dengue, mas também Zika Vírus, Chikungunya e febre amarela.
“Não podemos negligenciar nossa obrigação de combater os criadouros do Aedes Aegypti. Você, aí de casa, tem que cuidar de seu quintal! Atenção, mães e pais! Sabemos que o Aedes Aegypti é o inimigo e que ele se reproduz em água parada. O foco da dengue em grande maioria está dentro de residências. O fato de termos vacina é um ganho maravilhoso, mas o combate ao mosquito tem que continuar”, alerta a parlamentar.
Vacina salvando vidas
Conforme o ministério da Saúde, a vacina, conhecida como Qdenga, não será utilizada em larga escala em um primeiro momento, já que o laboratório fabricante, Takeda, afirmou que tem uma capacidade restrita de fornecimento de doses. Por isso, a vacinação será focada em público e regiões prioritárias. No entanto, Nísia Trindade já afirmou que o país tem dois grandes laboratórios – Butantan e Fiocruz – com capacidade de produção em escala para fazer a cobertura de toda a população brasileira – “que precisa dessa vacina”, frisa Zenaide.
Lembrando que não podemos cochilar com nossa obrigação de combater os criadouros do Aedes Aegypti, o mosquito transmissor da dengue. Não é porque tem vacina que significa que o perigo da dengue passou. E essa nova vacina também não protege do Zika Vírus e da Chikungunya.
— Zenaide Maia (@zenaidern) January 9, 2024
Você aí de casa tem de cuidar de seu quintal! Atenção, mães e pais! Sabemos que o Aedes é o inimigo e que ele se reproduz em água parada. O foco em grande maioria é dentro de residências. O fato de termos vacina é um ganho maravilhoso, mas o combate ao mosquito tem de continuar.
— Zenaide Maia (@zenaidern) January 9, 2024
Zenaide, que também já foi secretária municipal de Saúde, ressalta a importância da vacina, considerando-a uma aliada para o Brasil a vencer o negacionismo contra a ciência e a medicina, que “custou muitas vidas” na pandemia de Covid-19. A senadora ainda lembra a necessidade de prevenção das doenças, já que o novo imunizante não protege as pessoas do Zika Vírus e da Chikungunya, por exemplo.
“Não é porque tem vacina que significa que o perigo da dengue passou, porque temos uma faixa etária que não será vacinada contra a dengue – por exemplo, a vacina é destinada a pessoas de quatro anos a 60 anos de idade. Grávidas e pessoas imunodeprimidas não poderão se vacinar de dengue”, assinala.
Segurança e eficácia comprovadas
Segundo o ministério da Saúde, a segurança e a eficácia da vacina foram comprovadas por meio de dados técnicos e científicos. O ciclo completo de imunização é atingido com as duas doses e a Qdenga, apresentou nos ensaios clínicos, ter eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo após 12 meses da segunda dose.
Ainda segundo a pasta, a incorporação do imunizante foi analisada de forma célere pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec) e passou por todas as avaliações da comissão que recomendou a incorporação.
“A vacina também reduziu as hospitalizações em 90%. Para avaliação de eficácia, imunogenicidade e segurança da vacina Qdenga, ao todo, 18 estudos clínicos (sete estudos de fase 3, seis estudos de fase 2 e cinco estudos de fase 1 com cerca de 27.000 participantes de regiões endêmicas e não endêmicas de dengue, cobrindo uma faixa etária de 1,5 a 60 anos, foram conduzidos”, declarou o ministério da saúde.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até junho de 2023, ocorreram 2.162.214 de casos e 974 mortes por dengue no mundo. Em 2022, foram notificados 2.803.096 casos de dengue na Região das Américas, sendo a maior parte deles no Brasil (2.383.001), que também liderou a ocorrência de formas graves, juntamente com a Colômbia.